Sondagem feita pela TGI Consultoria em Gestão mostra que quase 90% das empresas apresentam impactos negativos
89% das empresas pernambucanas foram impactadas de forma negativa pela crise motivada pela pandemia do novo coronavírus. O dado é da pesquisa ‘Crise Covid-19 & Inovação’, realizada pela TGI Consultoria em Gestão. Segundo o levantamento, entre as dificuldades, estão a diminuição de receita e demanda, e uma mudança na dinâmica do trabalho. Apesar disso, a pesquisa aponta ainda que a inovação será uma tendência para superar a crise, visto que 92% das empresas implantaram ou estão desenvolvendo ações desse tipo.
A sondagem foi feita com 345 empresários e executivos de todo o Estado, durante o mês de junho, e empreendimentos de 13 setores responderam à pesquisa. Entre as 89% que afirmaram ter impactos negativos, 47% tiveram impactos muito fortes e apenas 6% declararam baixo impacto.
Os impactos positivos foram pequenos, pelo que apontou a pesquisa. Cerca de 11% dos empresários alegaram esse tipo de impacto. Desse número, 65% alegou ter um baixo impacto e 8% impacto muito forte. As principais repercussões foram a ampliação da demanda, mas ao mesmo tempo com a necessidade de ajustes na dinâmica de trabalho da equipe e mudança de comportamento dos consumidores.
Segundo a coordenadora da pesquisa e sócia da TGI, Carolina Holanda, a pesquisa apresenta o cenário local, mostrando um impacto negativo, mas com esperança de saída da crise. “Achamos importante saber a realidade local. A dificuldade existe, a aquisição de insumos ficou mais difícil, a situação mudou para as empresas. O que vemos de positivo é que 92% dos empresários estão desenvolvendo uma inovação, o que é essencial. Precisam estar antenadas para se manter no mercado e superar esse momento. A maior parte pensa nisso, seja em ajustes internos, uso de redes sociais para vender produtos”, disse.
Das empresas que admitem implantar ou desenvolver algum tipo de inovação, 23% usam para ajustes internos, 20% com uso mais intenso de mídias digitais e 19% no desenvolvimento do novo serviço ou produto. Além disso, algumas práticas foram adotadas para enfrentar a pandemia, como a implantação de monitoramento sistemático (20%), mudança na forma do gerenciamento da equipe (15%), uso intensivo das mídias digitais (15%) e a instalação do Comitê de Crise (13%).
Para o período pós-pandemia, cerca de 63% dos empresários esperam ter dificuldades, enquanto 37% consideram ter um crescimento ou potencializar a melhora durante o período da crise. Segundo Carolina, uma das saídas para alavancar e melhorar a atuação, é por meio do investimento na inovação.
“A crise tem uma extensão grande, e as dificuldades vão perdurar, as empresas vão fazer esforços, e a inovação é o grande gancho, não é uma receita, mas é algo importante para pensar. O caixa está sendo cuidado como nunca foi, é um ponto importante. O outro lado é o que precisa fazer diferente, mudar a estratégia, passamos por mudanças em momento curto, como se comunicar com o cliente, dizer das mudanças e como ajudar. São vários ingredientes para superar a crise, talvez a maior da nossa história”, contou a sócia da TGI.
Por Matheus Jatobá da FolhaPE