A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco anunciou, nesta quarta-feira (3), a autorização para o retorno das aulas presenciais da Educação Infantil e do Ensino Fundamental na rede pública no Estado. A medida vale para escolas das redes municipal e estadual.
As aulas presenciais para esses níveis de ensino estão suspensas em Pernambuco desde 16 de março por conta da pandemia de Covid-19.
As primeiras turmas a voltar serão as dos anos finais do Ensino Fundamental, do 6º ao 9º anos, em 1º de março.
Em 8 de março, regressarão os estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental, do 1º ao 5º anos.
O Ensino Infantil poderá voltar em 15 de março. O Ensino Médio na Rede Estadual já retorna nesta quinta-feira (4).
O Governo de Pernambuco liberou as prefeituras a retornarem as aulas presenciais da rede municipal de forma gradual e cumprindo os protocolos a partir de 22 de fevereiro, data em que professores do Ensino Fundamental e servidores devem retornar para adequação das escolas e capacitação. O retorno deverá ser de forma escalonada até 15 de março, quando volta o Ensino Infantil.
De acordo com o secretário estadual de Educação, Marcelo Barros, a decisão foi tomada após avaliações realizadas entre o Comitê Estadual de Enfrentamento à Covid-19, a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e secretários municipais de Educação.
“A decisão de voltar às aulas presenciais foi pautada na importância que a Educação tem não apenas na vida das crianças e jovens, mas como no desenvolvimento do Estado como um todo”, destacou Marcelo Barros.
O modelo híbrido de aulas, em vigor desde outubro do ano passado, prevê a oferta de aulas presenciais e remotas. Cada escola terá autonomia e precisará ter atenção à observância dos protocolos de biossegurança.
“Toda a rede estará preparada para receber os alunos. O ambiente escolar é seguro, com a baixa transmissão do vírus, desde que seguindo os protocolos de biossegurança”, acrescentou o secretário.
Para atender ao modelo híbrido, a Secretaria de Educação continuará oferecendo conteúdos como vídeos, aulas, podcasts e fascículos através da plataforma Educa PE, disponível na internet e em canais de televisão aberta.
O secretário Marcelo Barros ainda anunciou medidas como o escalonamento de horários de entrada, saída e alimentação para evitar aglomerações. “As aulas na rede pública em escolas com estudantes e professores usando transporte público nos diferentes turnos terão início e término sempre com uma margem de diferença nos horários de pico”, pontuou.
Medidas do protocolo setorial da Educação como distanciamento social em todos os ambientes da escola, monitoramento e higiene devem ser seguidas pelos estabelecimentos de ensino.
“A pandemia ainda não acabou. Precisamos ainda seguir com distanciamento social, uso de máscaras, álcool e higiene. Se seguirmos, poderemos ter uma retomada com segurança e acolhimento para todos os estudantes e profissionais”, finalizou Marcelo.
Vacinação
Questionado sobre uma possível antecipação do cronograma de vacinação contra Covid-19 dos trabalhadores em Educação com a retomada das aulas presenciais, o secretário Marcelo Barros informou que não há definição e que o Estado precisa aguardar o envio de doses por parte do Ministério da Saúde.
“O calendário estadual de imunização está sendo traçado pela Secretaria de Saúde e leva em consideração a chegada das doses da vacina. Por ora, o que temos ciência é que as doses enviadas pelo Ministério da Saúde ainda são em número reduzido. Temos que aguardar a chegada das novas doses para replanejar o nosso cronograma”, informou.
De acordo com o Plano de Operacionalização para Vacinação Contra a Covid-19 no Estado de Pernambuco, a imunização dos professores está prevista para a 4ª fase. Estimativas do Estado indicam que há 189.727 profissionais para receber a vacina.
Demanda na rede estadual
O secretário Marcelo Barros ainda informou que a Secretaria de Educação ainda analisa os números da demanda por vagas para o ano letivo de 2021. Segundo ele, dados preliminares apontam um aumento de 10% em relação ao ano anterior.
“O levantamento ainda não está fechado, principalmente em relação à origem desses estudantes. Ainda não podemos precisar quantos migraram da rede privada para a pública”, justificou.
Dados do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe-PE) indicam que, desde o início da pandemia, ao menos 400 escolas privadas fecharam as portas em Pernambuco por causa da crise econômica.
“Há casos de o aluno sair de uma escola de tíquete médio maior de mensalidade para uma de menor, dentro da rede privada. O outro é a saída para a escola pública, seja estadual ou municipal”, disse o presidente do sindicato, José Ricardo Diniz, em entrevista à Folha de Pernambuco sobre o início do ano letivo na rede privad, nessa segunda-feira (1º).
Por Folha PE